O fígado doente e o cansaço fácil (fadiga)

José Carlos Ferraz da Fonseca


Médico especialista em Doenças do Fígado (Hepatologia)





O cansaço (fadiga) pode ser considerado um sintoma quando se torna motivo de queixa, como por exemplo, quando a pessoa fica cansada com pequeno esforço ou quando o descanso não traz recuperação imediata. Sabemos que o cansaço é o sintoma mais freqüente de doenças físicas e mentais. Geralmente, provém da esfera muscular, mental ou qualquer combinação delas. Quando o paciente tem comprometimento muscular, a queixa é de fraqueza e quando predomina o componente mental, a queixa é de perda de interesse e energia.

O cansaço é descrito por expressões tais como: fatigado, extenuado, pregado, letárgico, desgastado, cansado, exausto, apático, sem entusiasmo, sem interesse. Quando o sintoma “cansaço” permanece como queixa por mais de seis meses, dizemos que o paciente é portador da “Síndrome da fadiga crônica”. Sempre ouvimos por parte dos pacientes com cirrose hepática, o seguinte: Doutor, vivo com uma sensação de energia insuficiente e um forte desejo de parar com tudo, descansar e dormir.

Existem diversas causas de cansaço e os dividimos em duas categoriais. O primeiro, provocado por distúrbios psicológicos orgânicos e o segundo por distúrbios físicos.

1) Distúrbios psicológicos*:

1) associada a raiva, ansiedade e conflitos emocionais crônicos;
2) reações depressivas;
3) neuroses depressivas;
4) doenças maníacas depressivas (transtorno obsessivo compulsivo);
5) demências arterioscleróticas e senis;

*Os pacientes que se queixam de nervosismo queixam-se amiúde também de cansaço

2) Distúrbios físicos:


1) endócrinos (hipotireoidismo, insuficiência suprarenal, hiperparatireodismo, diabete melito);
2) deficiência nutritiva
3) anemia crônica (falta de ferro);
4) desidratação;
5) insuficiência renal e uremia (aumento da uréia);
6) doença cardíaca aguda e crônica;
7) doença pulmonar crônica (enfisema pulmonar);
8) uso de vários medicamentos (ingestão prolongada de tranqüilizantes e drogas sedativas);
9) uso de bebidas alcoólicas;
10) doenças de origem neuromuscular (miopatias);
11) obesidade volumosa;
12) doenças ocultas (câncer, linfomas, leucemias, tuberculose, processo infeccioso nas artérias do coração, pielonefrite crônica).
13) doenças virais
14) pressão baixa (hipotensão)

E aí vem a pergunta do leitor: fígado doente provoca cansaço ou não? Sim, o cansaço é provavelmente o sintoma mais comum e debilitante entre os pacientes com doença hepática. Tenho pacientes cirróticos que se cansam facilmente ao bocejar. Outros se cansam ao defecar, urinar ou até no ato de beber água.

Nos pacientes com doença hepática crônica, o cansaço pode ocorrer em qualquer horário do dia, contudo a queixa é mais freqüente no período vespertino. Na hepatite aguda, o cansaço é persistente por várias semanas, mesmo depois de já ter havido normalização dos exames laboratoriais.

O cansaço é exacerbado pelo excesso físico. Tenho histórias de pacientes com hepatite aguda que desmaiaram no leito, durante ou após praticarem o ato sexual. Provavelmente, pelo esforço físico e mental, os pacientes desenvolveram queda brusca de açúcar no sangue (hipoglicemia) e daí o vexame no leito conjugal. Agora, o mais importante sobre a história dos desmaios durante o ato: todos confessaram que estavam com a esposa. Sempre pedimos aos pacientes que moderem seus esforços físicos durante a doença hepática aguda.

De onde provém o “cansaço fácil” entre os pacientes com doença hepática? Sabemos que os alimentos ingeridos por nós, são ricos em carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e sais minerais. No fígado normal, estas substâncias são sintetizadas e vão suprir o organismo de energia e outras coisas mais (leia neste blog artigo sobre “o que faz o fígado?”). No caso dos carboidratos, ele oferece energia ao nosso corpo em forma de glicose (açúcar no sangue). Todavia, quando o fígado está doente ou insuficiente, ele diminui ou deixa de sintetizar tais substâncias e aí uma série de problemas começam a surgir. Os mais graves seriam a falta de açúcar no sangue (hipoglicemia) e a queda dos níveis de albumina no sangue (hipoalbuminemia). Sem açúcar no organismo, os músculos começam a ter problemas. Florescem e agravam os sintomas, os pacientes se queixam de dor e de lassidão muscular, tornando-os essencialmente cansados.

Nas hepatites agudas e crônicas de causa viral, diversos estudos sugerem que o consumo exagerado de glicose no fígado por estes agentes infecciosos, ocasionaria hipoglicemia e conseqüentemente, fadiga muscular. Diuréticos utilizados no tratamento da cirrose hepática podem provocar espoliação do sódio e potássio, ocasionando também queixa de cansaço fácil. Outras drogas utilizadas no tratamento das formas crônicas de hepatite, como a ribavirina, o interferon convencional ou peguilado, são incriminadas como responsáveis pela fadiga e até depressão. Pacientes portadores de hepatite crônica C virgens ao tratamento, queixam-se freqüentemente de cansaço.

Finalizando este artigo, é sempre bom lembrar o seguinte: se o cansaço (fadiga) bater, entrar sem autorização e não sair da sua vida por mais de 10 dias, procure um clínico o mais rápido possível, você pode ter algum problema no seu fígado ou em outro órgão.
O fígado nos pacientes diabéticos: um “doce segredo” a ser revelado

José Carlos Ferraz da Fonseca

Médico especialista em Doenças do Fígado (Hepatologia)



Estima-se que aproximadamente 175 milhões de pessoas no mundo tenham uma das duas formas clínicas de diabetes: diabetes tipo 1 (diabetes insulino- dependente ou juvenil) e diabetes tipo 2. Dos 175 milhões de diabéticos no mundo, 90% são portadores de diabetes tipo 2. No Brasil, calcula-se que existam 4,5 milhões de portadores da doença “diabetes”. Através de um programa continuado de educação médica, grande parte dos diabéticos conhece os efeitos nocivos que porventura essa doença possa ocasionar quando não controlada, tais como: emagrecimento, perda da visão, dificuldades no processo de cicatrização, furunculose, doenças renais graves (insuficiência renal crônica), infecções genitais e urinárias freqüentes na mulher e, finalmente, doenças vasculares ocasionando derrame cerebral, infarto do miocárdio, formigamento nos pés, amputação de membros por gangrena, disfunção erétil, etc.

Existe algum comprometimento do fígado em pacientes diabéticos? Segundo o que a maioria dos pacientes crê, não! É factível acreditar neles, já que para os “doces pacientes” tudo se encontra às mil sobremesas, o fígado só deve estar um pouquinho doce, branquinho como açúcar refinado e ponto final!

O que escrevo acima me fez lembrar de minha mãe. Era uma diabética aos extremos (glicose no sangue menor que 250mg era uma festa lá em casa). Sempre teve uma personalidade fortíssima, todavia com uma “doçura química” inquestionável. No dia-a-dia, comia de tudo. Doceira de mão cheia, não dispensava uma sobremesa, tanto no almoço como no jantar. Mas na hora do cafezinho dizia sempre: “sou diabética e, por favor, só tomo café com adoçante”.

Faço a partir deste artigo um pacto com os pacientes diabéticos ou familiares. Revelo aqui parte do subtítulo deste artigo, o “doce segredo”, e os diabéticos devem prometer procurar o seu endocrinologista para se tratarem.

Durante minhas aulas e palestras, expresso-me sempre dizendo que o fígado é o poço ou receptáculo de nosso organismo, uma verdadeira cisterna. Tudo o que é de ruim passa por ele (álcool, cocaína, antiinflamatórios, remédios para emagrecer, chás caseiros, plantas medicinais de origem brasileiras e chinesas, vermes, fungos, bactérias, vírus, produtos finais de alimentos gordurosos, etc.). Mesmo assim, nosso “camarada fígado” raramente manifesta-se e não dói. Porém, um dia, a casa cai, mas aí é tarde e a recuperação se torna difícil.

Sabemos que a origem da doença diabetes tipo 2 está relacionada com um quadro de resistência a insulina em 90% dos casos. Obesidade é o mais importante fator de risco para diabetes e as duas condições clínicas estão sempre lado a lado. O que acontece no fígado em conseqüência do aumento da glicose ? Muita coisa que a maioria dos pacientes não sabem. Cientificamente, observa-se que parte dos pacientes adultos com diabetes tipo 2 tem um aumento significativo de doenças hepáticas, incluindo cirrose hepática, quando comparados com a população geral não-diabética. Um percentual significativo dos pacientes com cirrose hepática tem resistência à insulina e 20-40% tem diabetes tipo 2.

Falando tanto de cirrose hepática, o que viria a ser esta doença que tanto assusta? Sem rodeios, a cirrose é o processo final de reparação do fígado (substituição de tecido normal por tecido fibroso e sem função) de uma lesão mantida e contínua aos longos dos anos por um agente, que pode ser infeccioso, medicamentoso, químico (álcool), metabólico ou imunológico (o próprio organismo tentando destruir o fígado).

Como começa o comprometimento do fígado em um paciente diabético? Inicialmente, o fígado começa a acumular gordura (esteatose hepática), principalmente em decorrência do aumento da produção de triglicerídeo hepático (20-30% dos diabéticos apresentam na ultra-sonografia acúmulo de gordura hepática). Particularmente, observa-se que 100% dos pacientes com obesidade mórbida e diabetes apresentam esteatose hepática. A deposição contínua de gordura no fígado poderia ocasionar um processo inflamatório agudo (hepatite) e levar a uma doença chamada de esteato-hepatite aguda (hepatite aguda por deposição de gordura). A esteato-hepatite acomete 50% dos adultos diabéticos obesos situados na faixa etária entre 35 e 60 anos. O sexo feminino é o mais comprometido (60 a 80%) e mulheres diabéticas obesas com idade superior a 50 anos teriam um maior risco de desenvolver tal doença.

A referida doença, na maioria dos casos, é assintomática, ou seja, uma grande parte dos pacientes não sente qualquer problema. Por outro lado, alguns pacientes queixam-se de um leve desconforto (sensação de peso) no lado direito do abdome, geralmente abaixo das costelas. Ao exame clínico, grande parte dos pacientes apresenta fígado crescido (hepatomegalia), sendo este considerado o dado clínico mais freqüente observado pelo médico. Nos exames de sangue, um número significativo dos pacientes apresenta provas de função hepática discretamente alteradas, como as transaminases e aumento das taxas de gordura no sangue, principalmente em decorrência do aumento dos triglicerídeos.

Se não tratada, a esteato-hepatite aguda torna-se crônica e um percentual bastante significativo dos diabéticos desenvolverão uma cirrose hepática ao longo do tempo, nunca menos que 20-30 anos. Pacientes diabéticos têm um risco aumentado em 7 (sete) vezes de apresentar endurecimento do tecido do fígado (fibrose). Diversos estudos científicos incriminam a doença diabetes mellitus II como fator de risco para o desenvolvimento de câncer de fígado. Estudos bem atuais têm provido evidências de que as hepatites virais pelos vírus das hepatites B e C, o uso abusivo do álcool e diabetes tipo 2 interagem sinergicamente desenvolvendo o câncer de fígado.
O fígado e o caminho das pedras (litíase biliar)
José Carlos Ferraz da Fonseca
Médico especialista em Doenças do Fígado (Hepatologia)
Na figura ao lado, podemos verificar uma vesícula biliar contendo em seu interior duas dezenas de pedras provavelmente constituídas de colesterol (setas).


“O fígado e o caminho das pedras”. Um tema médico com título de roteiro de filme ou de livro. Qual seria o porquê deste título tão enigmático? Nada mais, nada menos para chamar a atenção do leitor às possíveis conseqüências ao organismo ou ao fígado da presença de pedras (cálculos biliares) na sua mais famosa companheira e vizinha: a vesícula biliar. Neste artigo, chamo a atenção também para a presença de pedras dentro do fígado e o que poderia acontecer de ruim com este órgão.

As pedras na vesícula biliar (cálculos biliares) se formam quando o líquido armazenado no interior daquela sofre um processo de endurecimento, transformando-se em material sólido. O líquido, chamado bile, é utilizado pelo nosso organismo na digestão das gorduras. A bile é produzida pelo fígado e armazenada na vesícula biliar. Existem dois tipos de cálculos biliares: o primeiro, constituído de colesterol; o segundo, formado por pigmentos. Os cálculos constituídos de colesterol são os mais freqüentes (80%). Usualmente tem uma coloração verde-amarelada e podem ser do tamanho de um grão de areia, de um grão de arroz, do tamanho de um ovo de codorna ou de galinha. A formação dos cálculos biliares contendo colesterol dar-se-ia pelo alto percentual de colesterol contido na bile. Por outro lado, os cálculos constituídos de pigmentos (bilirrubina -produto da bile) são bem menores e podem ter coloração cinzenta-esverdeada, ocre ou negra. A causa da formação dos cálculos pigmentada é de origem incerta, todavia tais cálculos se encontram com maior freqüência em pacientes com cirrose hepática ou portadores de doenças inflamatórias crônicas da vesícula biliar.

Os principais fatores na formação dos cálculos biliares, especialmente os constituídos de colesterol, seriam:

1)obesidade, maior risco na formação de cálculos, especialmente na mulher;

2)excesso de estrógeno (hormônio feminino) durante a gravidez ou estrógeno reposto por terapêutica;

3)sexo feminino (mulheres entre 20-60 anos de idade são duas vezes mais propensas a desenvolver cálculos do que os homens);

4)idade (pessoas maiores que 60 anos tem maior probabilidade de ter cálculos do que pessoas jovens);

5)origem comum de raça (etnia), alta freqüência entre indígenas americanos, mexicanos e população da Amazônia brasileira nativa ou não (predisposição genética?);

6)diabetes, doença sempre acompanhada de altas taxas de gorduras (triglicérides) no sangue e fator de risco para produção de cálculos de colesterol;

7)perda rápida de peso (doenças, regimes, cirurgias redutoras do estômago).Quando um indivíduo perde peso rapidamente, o organismo tenta compensar tal perda, metabolizando rapidamente as gorduras, e isto faz com que o fígado produza taxas extras de colesterol na bile, conseqüentemente levando à formação de cálculos.

Geralmente, as pessoas portadoras de cálculos biliares não apresentam queixas clínicas (cálculos silenciosos ou litíase biliar assintomática), porém a qualquer momento pode ocorrer o que nós chamamos de “queixas de ataque”, caracterizadas por: dor do tipo cólica (cólica biliar), de média intensidade que aumenta progressivamente com o tempo (pode durar 30 minutos ou várias horas) e localiza-se no lado direito e superior do abdome, geralmente abaixo das costelas correspondente (localização da vesícula biliar); dor no ombro direito; enjôos e vômitos.

Após alimentação com altos teores de gordura, tais como feijoada, vaca atolada, muqueca, rabada, arabu (bate-se açúcar com ovo cru de tracajá ou tartaruga), tartarugada, farofa de jabá, lingüiça frita, picanha com três dedos de capa de gordura, é comum o imortal “rei do colesterol” queixar-se à noite, depois do almoço familiar dominical, de gases incontroláveis e inconvenientes, boca amarga e com gosto de cabo de guarda-chuva (cabo de guarda-chuva tem gosto?), cólica, sensação que a barriga vai explodir (distensão abdominal). No dia seguinte, logo pela manhã o paciente refere intolerância a alimentos gordurosos. Chamamos todo este quadro clínico de litíase biliar sintomática. Com certeza, no próximo domingo já foi tudo esquecido e aí começa tudo de novo, logo no café da manhã do brasileiro: banana frita, pão de queijo (pão de maior concentração de gordura no cardápio brasileiro), queijo frito na chapa, pão com ovo frito, macaxeira banhada na manteiga, bolo de milho, canjica, mungunzá e tapioca carregada na manteiga. Mas para compensar o “pecado da gula”, o nosso dileto paciente exige e toma café preto com adoçante artificial. Até hoje, ainda não descobri porque os comilões adoram café adoçado artificialmente e refrigerante light. Seria somente uma questão religiosa?

Um dia a presença crônica dessas pedras na vesícula biliar começam a trazer complicações. A vesícula biliar inflama (colecistite aguda) e o paciente apresenta dor constante na boca do estômago e debaixo das costelas direitas, com reflexo para o ombro direito. Existe o relato de calafrios, febre alta, enjôos, vômitos, os olhos e a pele ficam amarelos (icterícia). As fezes ficam brancas ou semelhantes à massa de vidraceiro (acolia) e a urina cor de guaraná regional (colúria). A dor, sempre presente no processo de inflamação aguda da vesícula biliar, é o único sintoma que a diferencia de uma hepatite aguda por vírus ou droga.

A ultra-sonografia é o procedimento de diagnóstico médico de eleição com uma sensibilidade e especificidade de 95%. Após o diagnóstico, chegou o momento do médico agir. Inicialmente, trata-se o processo infeccioso com antibióticos. Depois de esfriado o processo infeccioso (desaparecimento da febre e dos outros sinais e sintomas), o paciente será encaminhado ao cirurgião para extração deste saco de pedras (vesícula biliar), seja por cirurgia convencional ou por vídeo-laparoscopia. A presença de cálculos na vesícula biliar com mais de dois centímetros de tamanho associado a infecções freqüentes deste órgão (colecistite crônica) seria responsável pelo aparecimento do câncer de vesícula biliar em 90% dos casos. Lembre-se: você pode viver muito bem sem a sua vesícula biliar doente.

As pedras na vesícula biliar podem comprometer o fígado? Claro que sim, daí o tema do artigo. Quando a vesícula biliar repleta de pedras apresenta processo inflamatório, existe uma tendência de obstruir a passagem de biles para o intestino. A bile não excretada reflui para o fígado, torna-se tóxica e vai ocasionar hepatite aguda. As bactérias responsáveis pela inflamação da vesícula biliar podem ascender para o fígado e daí podem provocar um quadro infeccioso agudo, geralmente grave, tendendo a formação de hepatite aguda infecciosa (bacteriana) e posteriormente de abscessos no fígado. Se não tratado, o paciente poderá morrer com infecção generalizada.

Raramente observamos a presença de cálculos dentro do fígado. Mas, quando isto ocorre, os sintomas e sinais são semelhantes à presença de cálculos na vesícula biliar. Existe uma doença rara chamada “Doença de Caroli”, que se caracteriza principalmente pela presença de pedras dentro do fígado e episódios freqüentes de infecção por bactérias (hepatite aguda trans-infecciosa).

Obs. A figura acima foi obtida através de material educacional (livre utilização), pertencente a Asociación Española para del Estúdio el Hígado (CD Fondo de Imagem em Hepatologia, 2005) e patrocinado pelo laboratório internacional Schering-Plugh S.A.